Eu. Aqui.

 

Sigo aqui, na “América”. Vou colocando pra fora, pelo menos escrevendo subverto essa ordem estabelecida.

Juliana

 

 

Hoje acordei  com vontade de gritar.

Raiva do mundo que não corresponde aos meus anseios.

Raiva de mim que não anseia ser como todos no mundo.

Seria mais fácil não ser eu, ser eles.

O mundo (em) cinza. Combinação sempre igual.

Quase já não sei mais quem era, quem sou.

Sou?

Som..

De onde venho mesmo? Que horas são?

Pedaços meus se desprendem e se perdem no ar.

Formam nuvens, novos continentes, contingentes de meus tantos humores.

Amores passam, pardam.

Foram.

Eram.

E o maldito tempo que não para de correr – segue preso no relógio que nunca pus no pulso.

Nunca fiz questão.

Não tenho pressa.

Tudo o que eu quero pra hoje é sentar no sol e fumar um cigarro.

Dois.

Três.

Um maço.

Um maço que amordace toda essa dor.

De ser quem não sou. De perder quem eu era.