Corpo de qualquer um(a)

Meu corpo podia ser o de qualquer uma,

conta a história de todo mundo

mesmo que a minha doa mais fundo

Odeio esse corpo. É sério.

Ele prende, limita, cansa

sem pedir, te deixa sem esperança.

Voo alto, olho pra baixo

pro meu corpo cansado e marcado

e sonho um sonho desesperado.

Sonho que arranco a genitália,

pinto a pele com corais,

multiplico as cordas vocais,

as unhas dos pés,

a paciência,

quem sabe até removo a tal decência.

Odeio tudo nele que me denuncia,

que não me deixa fazer parte da turma.

Ah, meu corpo podia ser de qualquer uma.

Poema de Janaína Bordignon

Marcha das Vadias

Marcha das Vadias: “Não nos digam como vestir, digam aos homens para não estruparem” – texto de Janaína Calu, no blog do Juntas! A luta das mulheres muda o mundo. Vale a pena conferir – incluindo as considerações feitas nos comentários.

http://juntos.org.br/juntas/2011/05/marcha-das-vadias-nao-nos-digam-como-nos-vestir-digam-aos-homens-para-nao-estuprarem-%E2%80%9D/